e̶r̶a̶  ̶d̶a̶s̶  ̶f̶r̶a̶g̶i̶l̶i̶d̶a̶d̶e̶s

                                      era das fragilidades 

                                                    texto curatorial 

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   Diversos pesquisadores espalhados por todos os cantos do mundo defendem a ideia de que a era geológica do Holoceno já chegou ao seu fim e que atualmente vivemos uma nova era: O Antropoceno. Ainda não há um consenso global da comunidade científica a respeito da vigência desse novo período, nem sequer sobre uma data precisa para seu início, mas muitos consideram que este teria começado ao final do Século XVIII, quando as atividades humanas começaram a ter um impacto global significativo no clima da Terra e no funcionamento dos seus ecossistemas, e que deste ponto em diante, o ser humano teria se tornado o principal agente das mudanças geológicas do planeta.

  Atualmente presenciamos o ápice dos impactos humanos sobre a natureza e reconhecemos a possibilidade de danos irreversíveis serem causados ao planeta. Nesse momento, mais do que nunca, estão expostas as vulnerabilidades e defeitos do modo de vida humano em escala global, e somos provocados a repensar os hábitos e pensamentos imersos em nossa cultura, não apenas no que diz respeito à sustentabilidade, mas também as questões sócio-políticas incrustadas ao modelo econômico que rege o mundo, que depende da destruição para seu auto-sustento.        

  Tendo em vista tal cenário, é interessante questionar e perceber como a arte contemporânea reage e se expressa dentro de um contexto tão vulnerável, frágil, incerto e questionável. Temas que estão presentes nesta Mostra como: a identidade, sendo expressa como a imagem de nós mesmos e do coletivo no mundo, as tecnologias que estão imersas nos processos conceituais dos trabalhos e a ligação direta dos impactos humanos no ambiente trazem em pauta questionamentos que de alguma forma, procuram maneiras de lidarmos e repensarmos o cenário global que nos é dado no presente.

   A exposição reúne 14 alunes do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo com trabalhos produzidos através de vídeo e foto performances, instalações artísticas, pinturas, gravuras dentre outros que exploram através da poética, materialidades e formas as diversas condições pelas quais nós, figuras antropas, deixamos marcas e somos marcados pelo mundo.

   A pandemia do COVID 19 transformou a Mostra BA, tornando-a em uma exposição virtual. As obras foram selecionadas pelo edital da Mostra em que 44 obras foram curadas. A edição Mostra BA 2020/2 Era das fragilidades conta com um site, realidade virtual da exposição e catálogo online para a interação com a Mostra.  

Artistas Participantes: Brüno Melo, Cecília Kohara, Diego F., Fábio Hideki, Gabriella Barbosa, Julie Dias, Laura Reis, Laura Trigo, Luana Gomes, Marina Monteiro, Natalia Tavares, Theo Luiz Casadei, Theu, Wesley Lima Brito e Yago Viana.